sábado, 13 de junho de 2009

Não te assoes que é de marca.

Aqui estou novamente e admito, já trazia uma montanha de saudades do meu teclado e de vos escrever fervorosamente. Digamos que o processo denominado ''mudanças'' é algo que me revolta. Dá bastante trabalho. Mesmo quando se trata da casa de uma idosa. (A minha avó Alice, que Deus me dê paciência.)Tinha algumas saudades também do meu gato Hugo, animal inteligente que não se desenvolveu nada desde a minha partida. E como tinha dito ao Rafa, seja ele quem for, comentador assiduo e assassino de hamsters, como eu, desta vez vou usufruir da minha inteligencia e dar credibilidade à minha pessoa. Ora vejam.
''Era uma vez uma sociedade, sociedade esta que se gere unicamente através do materialismo.
Ora bem, quando eu era pequenina, (que nunca fui grande mas isso não é relevante) usava a roupa que a minha mãe me dava, brincava com o que a minha mãe me podia comprar e, ainda, imaginem só, eu era feliz. Até aos meus 16 anos, altura em que juro, se começa a notar que se cresce, eu reparava constantemente na maneira asquerosa como algumas pessoas ricas ou favorecidas punham outras classes de parte. E eu habituei-me. Nunca fui rica, nunca passei fome. Verdade é que nunca na minha vida fui de gastar balúrdios em roupa ou calçado, talvez não tivesse para gastar mas o facto é que há quem não se preocupe com o saldo da carteira do papá e se estique um pouco ou faça birra, porque quer umas calças billabong ou lois ou o raio.
Enfim, passo a frente.
Imaginem portanto duas crianças. Uma veste uma camisola branca, simples e uns jeans de marca exactamente nenhuma. Agora outra vestida dos pés à cabeça com uma marca qualquer, não é importante. Qual é a diferença? Eu digo-vos, a da camisola branca pode assoar-se às mangas, jogar futebol na lama, pintar com as mãos e esfolar os joelhos. A outra se o faz, estraga simplesmente a roupa. É assim, isto não sei se é mal geral mas pelo menos a culpa não é dos filhos mas sim dos pais. Sim, aqueles pais que não sabem dizer NÃO (alguns até tratam os filhos por você, quando ouço isso fico tipo... histérica, quer dizer, um pai e um filho - ligação mais forte possível e tratam-se como familiares distantes? Aquela argumentação baseada no respeito... Parte-me toda. No mínimo.)''
Passo.
Dirijo-me agora para casos extremos. Então e a discriminação? Nas escolas andam a criar-se monstros. Pessoas cheias de tabus, cheias de manhas, cheias de não-me-toques. Por amor de Deus, soubessem estes cachopos como é bom cair de bicicleta e depois ir andar de trotineta. Cair novamente e ainda ir com os rapazes construir esconderijos de canas roubadas, esconderijos esses que duravam 5minutos de pé.
Foi assim grande parte da minha infância. Caía, chorava mas voltava a correr e a tentar rematar numa bola mesmo a andar de bicicleta(ui, que resultou muito mal).
A minha melhor experiência foi mesmo quando me colaram pastilha ao cabelo, ou quando me mandaram uma pedra de calçada à cabeça e eu comecei a andar à roda. Se me assoasse à manga a minha mãe dizia: Isso não se faz Joana, é feio e badalhoco. E eu em regra voltava a fazer. Mas isso era eu. E eu adorava bolachas Maria. Sujava-me toda, era o delírio.
Joana.

7 comentários:

  1. axo k é uma boa ideia passar 2 semanas de fome pa poder comprar akelas meias da billabong....

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  2. Olha eu se fosse a ti comia poquechinho. Bom e comprava umas meias da modalfa. São brancas como as da Billabong.
    EISH fosgasse esquece.
    A etiqueta é diferente!
    Joana

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  3. Encontrei isto por acaso.
    Mas gostei tanto que me foi impossivel sair daqui sem comentar.
    Esta mesmo muito bom, miuda.
    Foi talvez a unica pagina na net que consegui ler até ao fim. xD

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  4. Obrigada Anónimo.
    Vai passando por cá e para a próxima deixa-me um nome! ;)
    Obrigada, Joana.
    P.S.: Hoje lá para as tantas posto mais qualquer coisa.

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  5. Joana o "Rafa" é o vitinho :D
    uma boa solução e fazerem como uma professora miha do 9 ano: comprarem na feira e pedirem a alguem a etiqueta de uma peça da benetton e depois coserm-na a essa peça que compraram na feira. E voilá peçinha de marca.:D

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  6. OMG eu não acredito que essa historia k o Rafa contou é verdade :|:|:|

    O facto que eu gostei mais neste post teu e mesmo os pais k tratam os filhos por você, a sociedade elitista e mesquinha que está criada por akeles que tem dinheiro ou um nome de familia e pessoas que se acham mais k as outras por usarem roupas e acessorios de marca..

    Digam onde é que é uma roupa, um nome ou uma conta bancária pode ser marca de carácter de uma pessoa??

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  7. essa dos filhos tratarem os pais (e vice-versa) por 'voce' tb é algo q me tira do serio. so me apetece chegar ao pe das pessoas e perguntar MAS VOCES NAO SE CONHECEM? SAO DO MSM SANGUE, PORRA! mas pronto. adiante

    gosto imenso do que o Rafa contou. acho q vou começar a fzr o msm :D

    agr falando decentemente, é uma estupidez a obsessao pelas marcas que se ve hj em dia. ando numa escola em que 90% das pessoas se matam se os paizinhos nao lhes dao a ultima peça da moda, e claro, nada abaixo dos 50€. é ridiculo. amigas e amigos q pensam assim: cresçam. depois, talvez possamos ter uma conversa decente

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